Nas Nuvens de Um Terceiro Andar

A querida @taniaribas disse recentemente no seu programa que "o tempo que os avós estão com os netos nunca é perder tempo, é sempre ganhar". Os meus avós....vê-los com os meus filhos (...)

O meu avô e o meu filho. 83 anos separam estes dois seres de luz. Nasceram em épocas tão distantes que, no seu normal, veem a vida de forma completamente distinta. Mas une-os o amor. O amor e a forma ingénua como ambos vivem. A ingenuidade normal numa criança e que, no meu avô, o torna único.  Entendem-se nas suas brincadeiras. Entendem-se no olhar. Entendem-se no amor. Vejo no olhar do mais velho o orgulho de ser bivô. O orgulho de ser bivô deste miúdo que é impossível (...)

Desculpem estes dias mais afastada. Mas precisei de me afastar. De respirar.   Perdemos o meu avô. Ao fim de 16anos de luta, partiu para, espero, estar mais em paz.   E dói. Mas dói mais ainda ver a tristeza no olhar do meu pai. Um olhar de quem acaba de ficar órfão. De quem já não tem pai nem mãe. De quem sente que a vida tal como a conhecia, nunca mais será a mesma.   E, de verdade, ninguém nos prepara para ver os nossos pais sofrer. Ninguém nos prepara para, nestes (...)

Fizeste 84anos. Mas este talvez tenha sido ao segundo bolo de aniversário que tiveste. Nunca foste muito dado a festas e, noutros tempos, não havia dinheiro nem tempo para estas "coisas". És o melhor avô que poderia ter. Não sabes ler nem escrever. Mas fazes contas como ninguém. Nem quando mudámos do escudo para o euro (parece que já foi à uma eternidade mas lembro-me bem!) te enganaram. Quiseste que te explicassem tudo, a conversão. Continuas a fazer contas em escudos, para (...)